mais cedo ou mais tarde, todos sentimos um desconforto. por estupidez, acomodamo-nos. só voluntariamente o podemos interromper

fevereiro 10, 2007

[46] CartograVida .2.


... e estamos! Que eu acabei de fazer hoje o mesmo, assim que cheguei a casa.

E hoje até foi um dia muito gratificante para mim: a casualidade colocou o meu primeiro 'chefe' à minha frente na caixa da mercearia da cultura! Senti uma coisa de carinho e saudade a percorrer-me até me sair com uma ternura danada um «Sr.Costa!». É. 23 anos depois, aquela criatura derreteu num sorriso cúmplice «Maria João! A minha menina!...» Estivemos um bom quarto de hora no café a sinopsar 23 anos das nossas vidas e foi com uma enorme e grata surpresa que pude ouvir da boca daquela criatura - a quem também atribuo parte do que sou - "apercebi-me, desde o início, da nossa empatia e sempre soube que a tua inteligência e simpatia me iriam marcar para sempre. Como, esquecer-te?!" Estou aqui a escrever-te este parco relato e a sorrir aquele sorriso tranquilo dos veteranos regressados com vida...

(Quantas vezes o meu 'para a frente' terá que tropeçar no meu 'lá atrás' para que os alicerces não ruam?...)

Beijo meu
mj.

fevereiro 09, 2007

[45] CartograVida .1.


Meu querido,

Tive uma pena danada por não ter ido ao encontro do F :(
Todavia, por mais que me possas achar parva e desajustada (se calhar, inté sou), ia chover na minha parada e na da A. Assim, não choveu. Ponto.
Fui eu quem mobilizou uma série de gente, divulgando, quer o evento, quer o site, e muitos deles vieram depois cobrar-me a ausência, mas eu, que nem uma lady, subtraí-me com a explicação mais fácil «ó pá, desde que sou ucraniana... não consegui trocar a folga... era sábado, e tal...» fui por aí. O F, assíduo frequentador lá da espeluca F-rive-gauche, foi quem me deu o link das fotos da A, e pelo menos pude ver quem ela achou interessante fotografar.
O Pde. A!... A M.A!... Esses provocaram-me arrepios sinceros. Aquela gente toda formou o pilar de que me orgulho - e que, simultaneamente, por ironia, me tem colocado em maus lençóis sociais: é muito restrita a noção de rectidão, justiça, honestidade, frontalidade e até de formação académica, ali por aqueles lados - ando a ser alvo do meu 'amigo' director, que me tem vindo a considerar uma adversária a temer!... A prepotência é de tal ordem, que já por várias vezes me ameaçou com despedimento e me pediu que fosse burra! Olha, uma coisa de se bradar aos céus! Aparentemente, as qualidades de que me orgulho, são ali handicaps! Nunca me tinha antes sentido atacada nos brios, como se de defeitos se tratasse, mas dá para ter uma pequena amostragem do que se passa pelas empresas desse país afora: um fascismo instalado, muito mais grave do que o anterior, porque é caótico, anárquico, e arbitrário - dependendo apenas da vontade infundamentada de quem detém o Poder.

Preocupa-me o que me descreves, também; essa ante-visão tipo 'morte anunciada' da docência universitária... Será assim tão ficcional, este País?! A insanidade económica varre os sectores todos, quer públicos, quer privados?! Deixou de haver pessoas e apenas números, percentuais e lucros?!

Não sou saudosista. Nem um pouco! Apenas lamento que este 'para a frente' não tenha arcaboiço para se chamar Futuro.
Agora, saudades tuas, tenho.

Beijos meus
mj.