mais cedo ou mais tarde, todos sentimos um desconforto. por estupidez, acomodamo-nos. só voluntariamente o podemos interromper

abril 17, 2006

[35] .6. como outra coisa qualquer






É mesmo assim. Só há um vaivém delicioso: o das nossas coxas na fusão, a construir tempo; a destruir adiamento. No mais, o espiralado do eterno retorno já me enjoa. Os ciclos e tal, as estações, a tal da esperança que alimenta os homens, o sonho que é uma constante da vida - tão concreta e indefinida como outra coisa qualquer... Já reparaste que se vende optimismo em doses extra a quem nem sonha como é ser-se assim por dentro? Sabem lá sentir-se bem sem terem que lhe achar motivo!? A coisa inacta que ignicia o sorriso é tão malamada quanto vista como demente! Mas os tristes recomendam a outros, a quem crêem mais tristes, que é preciso o riso, a positividade, o optimismo. Só se for reconhecido como terapia parece coisa de ciso; se for inacto, é coisa de loucura - não se lhe acha sentido.
A minha força não me vem dos ciclos, não é reactivada pelo espiralado do retorno! Recuso a coisa que se explica naquele nível de competência que nos liga à Natureza num axioma umbilical. O meu bicho, sabe do bicho, ri desse bicho, ri como um bicho riria se discernisse o bicho. Isso é quanto me basta. De facto, tão concreto e indefinido como outra coisa qualquer.

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