mais cedo ou mais tarde, todos sentimos um desconforto. por estupidez, acomodamo-nos. só voluntariamente o podemos interromper

março 10, 2006

[32] inteligências


- Garanto-te que é muito inteligente!

- Não questiono! Aliás, isso é visível. Um discurso arguto, um bom manuseamento da informação, até um certo humor tácito e tático. So what?
- Achas que se não fosse, me teria despertado algum interesse?
- Logicamente que o facto de a teres escolhido é por si só garantia! Mas não me referia a isso.
- Então? Não entendi.
- Tento explicar, se conseguir. Nem sempre a inteligência é homogénea...
- Hm?
- Ou seja: muitas criaturas inteligentes desenvolvem aptidões especializadas, atingem picos de careira; destacam-se profissional e até socialmente. Porém, esse desenvolvimento não é par das emoções, por exemplo.
- Sim, de facto. Conheço muita gente que não gere de forma harmonioza a sua esfera emocional.
- Queres melhor exemplo do que esse desequilíbrio? Ainda que o possas justificar como reacção a um logro, a uma decepção perante uma expectativa que foi criada, não crês que se fosse munida de uma inteligência dita emocional as reacções teriam sido diferentes? É a isso que me refiro: até pela forma como alguém deixa revelar um desequilíbrio se pode ler como essa pessoa é intrinsecamente estruturada.
- Tens razão. Dito assim, dizer de alguém que é inteligente não a define.
- Não a define.
- Não.

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