mais cedo ou mais tarde, todos sentimos um desconforto. por estupidez, acomodamo-nos. só voluntariamente o podemos interromper

fevereiro 22, 2006

[29] .5. (re)começo .2.

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Ontem, ao jantar, a discussão circulou sobre os recomeços. Parece moda incentivar recomeços. Mas sabes a que conclusão cheguei, pelo meu raciocínio? Que esse incentivo perde o seu bom propósito, porque apenas justifica as desistências. É. As desistências ficam justificadas por quem se sente livre para recomeços, como se, ao recomeçar, ficassem saldadas todas as contas atrasadas - o que faz diminuir a responsabilidade sobre tudo o que se fez. A redenção pelo renascimento. Bah! De que serve poder recomeçar se é para a seguir se repetir tudo, de novo erradamente? O que torna esse recomeço diferente da desistência do anterior? A mudança de personagens?
É tudo tão efémero, de facto. Pouco se evoluiu em relações humanas. E a arte há-de sempre representar essa grafia e a libertação do real, simultaneamente. A fuga para a frente. É libertário?
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3 comentários:

sotavento disse...

Desistir de recomeçar, com os mesmos erros e tudo, é que eu não faço, tu desculpa lá!...
A alternativa é ficar de fora a olhar para o carrocel?!... Nã!... Antes andar sempre à roda, mudando de bicho!... Já bastou quando era pequena, que ia à feira e não tinha dinheiro para o bilhete!... :)

mjm disse...

A alternativa é 'arrumar' assuntos pendentes antes d epartir para outros, de modo a não tornar tb a esses novos 'pendentes'... era a isso q me referia.
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lamentavelmente, ao incentivar-se a ideia de recomeço - q eu aprovo qd deveras se deixou concluído o assunto anterior - o q se verifica na prática é, isso sim, uma desistência, antes mesmo de a ter deixado 'arrumada'.

sotavento disse...

Ah, nesse campo, concordo contigo totalmente mas é só porque eu sinto assim os meus "assuntos"!...
Não posso é exigir que sejam todos como eu, até porque, meia volta, farto-me de mim própria!... ;)