Conciso, um poema, se nas palavras sopesadas confluírem ideia, abstracção, e ainda - além de tudo, sobretudo - se dentro dele se puder ler o poema que não se escreveu. Consiso o acto, o interacto, o momento exacto da captação do pensamento que, sem fronteira, se evade e se deixa manietar pelo jogo da sedução.
Embora pareça inteiro, deve propiciar a reescrita, surpreendido pelo olhar de quem o imergir pejado de novos e múltiplos conhecimentos. Cada nova leitura o transformará num novo poema; como se tivesse acabado de ter sido escrito - mas disso nada pode suspeitar o leitor mais recente: o responsável involuntário; o cúmplice da mão primeira.
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